Blog de Núbia

I. Sobre o ato de pegar ônibus

Já não pensa só e somente só em que horas vai chegar em casa ou trabalho, escola, faculdade...
Sno 6:00 da manhn, o sujeito sai apressado, toma um gole de café donzelo e deglute um pedaço de pno, Bs vezes com manteiga, Bs vezes nno. Veste as velhas calças jeans calorentas, pte seu desodorante toque de amor, by AVON, a camisa da farda do serviço/escola, calça seu velho, barato e hype tLnis all star, pte a mochila nas costas e parte rumo ao ponto de ônibus. E faz tudo isso sem nem pensar no por que, por que se pensar, perde tempo. Segue sua trajetória retilínea mecânica e uniforme exatamente igual a todos os outros dias.
Ao chegar lá, fica na esperança de a priori, achar pelo menos um lugar para sentar, nno importa onde. Se seus desejos se cumprirem, fica na expectativa de que num dos próximos 2 pontos aquela menina do caderno de capa rosa entre no mesmo buzu e fique em pé logo ao seu lado. Logo, o sujeito, como cidadno gentil que é, se oferece para carregar os livros e o caderno de capa rosa da menina. Ela deve estar no ensino médio daquele colégio de farda azul celeste com gola azul marinho, cabelo simetricamente no lugar, lápis de olho, bastante brilho rolette com glitter trend collor by AVON. A essa altura depois de pegarem ônibus juntos várias vezes, ele já havia reparado no nome da menina estampado numa etiqueta na frente do caderno, sabia seu nome, mas, tímido, nno se atrevia nem a lhe perguntar as horas. E assim os dias iam se passando, uns iguais aos outros, dias gLmeos,entediantes, mas os sujeitos dessa minha conversa nno haviam nem sequer se dado conta de que seus dias eram todos iguais,simples e tediosos, estavam tno entretidos nas pessoas que coincidentemente pegavam diariamente o mesmo transporte coletivo, e nos lugares que diariamente avistavam e observavam plácidamente sem que muita coisa escapasse ao controle de suas vistas, que para eles, aquilo era sinônimo de movimento, vida, açno! Nno estno esses sujeitos errados, nem eu completamente certa, é fato que cada um confia no conceito que tem sobre diferentes e determinadas coisas, mas, porém, todavia, entretanto, nno pretendo nesse momento tecer consideraçtes sobre isso, nem julgamentos de valor sobre determinadas culturas. Enfim, continuando, a senhora gorda que estava sentada ao lado do sujeito, ao perceber que seu destino havia se aproximado, resolve apressadamente se levantar e dirigir-se B porta, o que demanda um certo esforço de todas as partes envolvidas, já que para uma senhora gorda, saltar de um buzu lotado nno é tarefa das mais fáceis, but, that’s ok man!
Entno, com isso o sujeito em questno logo se anima, pois assim a menina do caderno rosa irá sentar ao seu lado, e quem sabe entno ele poderá vencer sua timidez e ensaiar um começo básico de conversa quando o interlocutor em questno ainda é desconhecido seu, tipo "será que vai chover hoje?" Mas antes mesmo que nosso personagem da vida real chegue de fato a se animar, um outro sujeito gordo mais esperto e menos gentil, se adianta e lança sua mochila preta e pesada de tac tel sobre a vaga que acaba de surgir e sem maiores delongas, pte-se a sentar no lugar em que uma vez a menina sonhou. Pronto, a essa altura o rapaz já havia desistido de puxar qualquer conversa com a garota de farda azul e caderno rosa. A universidade vai se aproximando e a cornucópia de pseudo intelectuais barbudos e com camisas de che guevara vai se aglomerando próxima B porta, e lentamente começam a saltar. O buzú vai esvaziando e chega a hora de também o sujeito gentil de calça jeans e all star descer, ele levanta, devolve os livros e o caderno rosa da menina, ela agradece e ligeira se apossa do lugar do rapaz. Ele salta, eles todos seguem suas vidas de cidadnos comuns, suas trajetórias indubtávelmente retilíneas mecânicas e uniformes.